Gestores da Fundação Universidade de Caxias do Sul (FUCS), da UCS e do Hospital Geral solicitaram hoje apoio ao deputado federal Marcel van Hattem (NOVO) para a obtenção de recursos para custeio e para a conclusão das obras de ampliação do estabelecimento. De acordo com o diretor geral do HG, Sandro Junqueira, são necessários R$ 8,5 milhões para cobrir o déficit operacional previsto para este ano e outros R$ 10 milhões para o término da construção, paralisada desde dezembro de 2016.
A exemplo do que ocorreu no dia 15 de março, em encontro com o presidente da Assembleia Legislativa, Luis Augusto Lara (PTB), e com os deputados estaduais Pepe Vargas (PT) e Neri, o Carteiro (SD), Junqueira, o presidente do Conselho Diretor da FUCS, José Quadros dos Santos, e o reitor da UCS, Evaldo Kuiava, entregaram a van Hattem, em reunião ocorrida na tarde desta segunda, 1º de abrill, na CIC de Caxias do Sul, um ofício pormenorizando a situação financeira do HG em relação à prestação de serviços e aos planos de ampliação.
O documento informa que, em virtude da crescente demanda da região, o Plano Diretor do HG elaborado em 2009, projetou a ampliação de 70% da área física e de 60% da capacidade assistencial do estabelecimento. Assim, as obras, iniciadas em 2014, visam ao aumento de 128 leitos (87 de internação e 41 de UTIs adulto, pediátrica e neonatal), passando o total dos atuais 227 para 355 leitos (sendo 275 de internação e 80 de UTIs). O projeto de ampliação aprovado pela Vigilância Sanitária do Estado tem um orçamento total de R$ 39,7 milhões, sendo R$ 18 milhões referentes à ampliação física e o restante a equipamentos e reestruturação interna. O deputado se colocou à disposição para intermediar assuntos junto ao Ministério da Saúde e para verificar com a bancada gaúcha no Congresso a possibilidade de destinação de recursos financeiros por meio de emendas parlamentares.
Perspectiva de déficit – A receita do HG está hoje em torno de R$ 8 milhões/mês, sendo R$ 4,7 milhões repassados pelo SUS, pelos serviços prestados, e R$ 3,3 milhões pelo Estado. Apesar disso, o déficit mensal tem ficado em torno de R$ 900 mil mensais (R$ 8,5 milhões para o ano), cobertos pela realocação de recursos, pela FUCS, que faz a gestão do hospital por delegação do governo do Estado e também é mantenedora da UCS, do Centro de Teledifusão Educativa (Cetel), o do Centro Tecnológico Universidade de Caxias do Sul (Cetec).
Segundo Junqueira, a situação vem se agravando desde 2015, devido à diminuição dos repasses pelo Estado e pelo município (este vetado pelo prefeito Daniel Guerra). Um momento semelhante ao atual ocorreu em 2017, quando a FUCS cobriu o déficit anual de R$ 7 milhões, evitando o fechamento de leitos e a diminuição dos serviços.
A peregrinação dos gestores em busca de recursos para a manutenção do HG, além dos encontros com os deputados, prosseguiu em março, em reunião com a secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, e continuará no final de abril, quando Junqueira e o diretor executivo da FUCS, Gilberto Chissini, terão, em Brasília (DF), audiências com deputados federais gaúchos para reforçar o pleito. As fontes de novas receitas possíveis são emendas parlamentares ao Orçamento da União, o aumento do repasse pelo governo do Estado e o retorno da destinação de valores pelo município.
Referência pública para 49 municípios
O Hospital Geral (HG) foi inaugurado em 19 de março de 1998, sendo de propriedade do governo do Estado do Rio Grande do Sul, que, por meio de convênio, delegou sua gestão à Fundação Universidade de Caxias do Sul. Atende 100% pelo SUS a 49 municípios integrantes da 5ª Coordenadoria Regional da Saúde, que somam 1 milhão de habitantes, e é um dos seis entre 220 hospitais filantrópicos gaúchos Acreditado Pleno Nível III (de Excelência em Gestão) pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Foto: Raquel Carvalho/divulgação CIC
